ENFERMEIRO, PROFESSOR DE ENFERMAGEM E AUTOR, PEDRO ALMEIDA MELO RECORDA UM PASSADO CHEIO DE USOS DOS MEDIA
O enfermeiro e professor de enfermagem Pedro Almeida Melo recordou, em entrevista ao investigador responsável pelo projeto MemNews, Jorge Pedro Sousa, a sua infância e juventude, vivida no Seixal, numa casa onde se ouvia a Rádio Renascença continuamente e se assistia, em família, aos telejornais da RTP, à hora do jantar, e onde se liam o Diário de Notícias, o Expresso e, mais tarde, o Público, e ainda o Jornal do Seixal, do qual o seu pai era tipógrafo-compositor.
"Comentávamos muito as notícias, especialmente as notícias sobre política", sublinhou Pedro Almeida Melo, de 45 anos, que também é escritor.
A profissão do pai influenciou, conforme diz, o seu gosto pelo jornalismo. "Ia com o meu pai para o Jornal do Seixal e ajudava-o a compor o jornal", salientou.
Pedro Almeida Melo recordou que, quando era criança, nos anos 1980, passava as férias numa aldeia próxima de São Pedro do Sul. "Aí era a rádio o principal meio de informação. Só havia um televisor, na Casa do Povo. As pessoas reuniam-se lá para verem televisão. A televisão funcionava como um meio socializador", enfatiza.
Aos 18 anos, Pedro Melo veio para o Porto, onde reside desde então. A sua paixão pelas notícias e pelos meios jornalísticos não esmoreceu. "Comprava O Comércio do Porto e o Jornal de Notícias para acompanhar as notícias locais. Tenho pena que O Comércio do Porto tenha desaparecido. Hoje tenho assinaturas digitais do Expresso e do Público", conta.
Apesar de continuar a ouvir rádio, o meio de comunicação que, segundo confidenciou, mais marcou a sua vida, e de ver televisão informativa, acompanhando, em especial, a SIC Notícias e a CNN Portugal, além da RTP 3, considera que o jornalismo português perdeu credibilidade e qualidade. "Mas as notícias são fundamentais para a sociedade", vinca.