PROFESSOR DE GEOGRAFIA CRITICA JORNALISMO PORTUGUÊS ATUAL
O professor de Geografia portuense Rui Alcântara Carreira, de 57 anos, criticou o excesso de sensacionalismo e de devassa persecutória da vida privada que nota no jornalismo português atual, numa entrevista ao projeto MemNews, conduzida pelo investigador-responsável, Jorge Pedro Sousa. Diz, por isso, que o jornalismo "está a perder credibilidade" em Portugal, pelo que confiava mais nos meios jornalísticos portugueses no passado do que hoje em dia.
Confessa, no entanto, que segue as notícias com avidez, principalmente na televisão, preferindo, hoje, a SIC Notícias, a CNN Portugal e o canal Now. A televisão foi, conta, o meio de comunicação que mais marcou a sua vida, quer para entretenimento, quer para aceder a notícias, desde que se habituou, ainda criança, a ver, em família, o Telejornal da RTP1.
Escuta, também, os noticiários na rádio, sempre que se desloca de automóvel. Prefere a Antena 1 e a TSF para receber notícias. Recorda-se, todavia, de, na infância e juventude, ainda na casa paterna, acordar ao som da Rádio Renascença, a escolha dos pais para ouvir as primeiras notícias do dia. Lembra-se vagamente, por exemplo, de os pais receberem e comentarem a notícia do 25 de Abril logo pela manhã, em 1974, quando estavam a ouvir a Renascença.
Na Internet, prefere agregadores de notícias, como o Sapo e o Google News, que usa, sobretudo, nos momentos de pausa. Por vezes usa as redes sociais para aceder e partilhar notícias, mas não segue perfis de meios jornalísticos. Admite estar consciente e ter "muito cuidado" com as mensagens desinformativas que circulam nas redes sociais e destaca que gosta de programas jornalísticos como o Polígrafo para apurar a verdade.
Rui Alcântara Carreira não abandonou o hábito de ler jornais em papel, que adquiriu quando, na casa paterna, o pai comprava O Primeiro de Janeiro, o Diário Popular e, ao domingo, o Jornal de Notícias. Quando jovem, comprava, ele próprio, o "jornal de culto" da sua geração, O Independente, em parte para ler os textos de Miguel Esteves Cardoso. Aprecia, confessa, os jornais (em papel) pela sua tatibilidade, mas hoje em dia lê-os, sobretudo, durante as férias, recaindo no i a sua preferência.
Admite, também, que sempre que num café há um jornal à disposição dos clientes gosta de o ler.